domingo, 13 de junho de 2010

Alunos de escolas indígenas recebem educação diferenciada

Cerca de 320 estudantes das 13 escolas indígenas da rede pública estadual começaram a ter aulas mais adequadas à sua cultura. A metodologia passou a ser diferenciada, intercultural e bilíngue. Antes, o conteúdo seguia o currículo trabalhado nos Centros de Educação de Jovens e Adultos (EJAs).

A mudança aconteceu com a aprovação, pelo Conselho Estadual de Educação, de um projeto proposto pela Secretaria de Estado da Educação (SED). Com a nova medida, a responsabilidade pela educação dessa comunidade passou a ser das escolas de educação indígena.

Para o secretário da Educação de Santa Catarina, Silvestre Heerdt, todo processo de aprendizagem tem que levar em consideração o agente do aprendizado – o aluno - e a educação tem que se adequar à realidade desse agente.

“Para que se respeite esse aluno é necessário que não só as escolas sejam diferentes, como também a metodologia e a prática. Desta forma, a educação significará dar condições de um desenvolvimento melhor no meio em que ele vive, sem contrariar ou violentar a sua cultura de origem”,

O projeto foi colocado em prática após um levantamento feito pela SED junto às 36 Gerências Regionais de Educação (GEREDs). Foram beneficiados alunos das regiões da Grande Florianópolis, Joinville, Xanxerê e Chapecó. “Até então, a educação escolar para jovens e adultos dos nossos povos indígenas restringia-se à mesma educação oferecida aos não indígenas”,

As escolas contempladas com o EJA diferenciado são: Cacique Wera Puku, Tarumã, Kirikue Nehmboea, Jataity e Laranjeiras (Joinville); Escolas Ka’akupé , Pira Ruppa e Itaty (Grande Florianópolis); Escolas Paió de Barro, Cacique Karench e Pinhalzinho (Xanxerê) ; Escolas Sapety Kó e Fe No (Chapecó).

“Cada escola deve ter seu projeto próprio, com a participação e o envolvimento da comunidade. Um projeto político-pedagógico como esse atende ao desejo de se buscar para cada realidade, grupo ou comunidade a escola que a própria comunidade deseja”,
O ensino fundamental oferecido aos alunos indígenas é dividido em dois segmentos. O primeiro compreende da 1ª a 4ª série. O segundo, da 5ª a 8ª. Cada segmento tem duração de dois anos.

Nas fases iniciais, as disciplinas oferecidas na primeira fase são: Linguagem dentro do Contexto Indígena; Língua Portuguesa e Literatura; Língua Indígena, Artes e Artes Indígenas.
Na segunda fase: Ciências Matemáticas da Natureza e Ciências Humanas, ambas no contexto indígena: Matemática, Estudos da Sociedade Indígena, Território, Ambiente, Saúde, Sustentabilidade e Gestão.

Nas fases finais, as disciplinas oferecidas na primeira fase são: Pesquisa em Sustentabilidade da Aldeia; Linguagem/Contexto Indígena – Língua Portuguesa e Literatura; Língua Portuguesa e Literatura, Língua Indígena; Arte, Arte Indígena e Pesquisa; Ciências, Matemática da Natureza/Contexto Indígena – Matemática, Ciências e Pesquisa; Ciências Humanas/Contexto Indígena – História, Geografia e Pesquisa.

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